Meu bom senhor,
Nessa noite que volto a te escrever, fico
impressionada com quantas coisas ruins tenho para contar-te, perdoa tal pessimismo,
são apenas os fatos.
A mais sorrateira verdade é que as lagrimas são mais fáceis de
transformar em poesia, são quietas e sempre iguais. Quando sorrisos, as
palavras saem do lugar, inquietas e diferentes.
Nesta manha meu bom senhor, acordei certa de que seria um
dia bom. Ao que me lembro meus sentidos nunca erraram tanto, arrependi de me ter
levantado esta manha. Não ache que sou sempre tão negativa, mas em dias como
este, fico um tanto nostálgica. Está manha também notei que a memória começa a
me faltar.
Sou jovem, eu sei, mas há momentos em que fico grata, memórias são assustadoras
quando ruins. Talvez meu único desejo, fosse que as manhas viessem acompanhadas
do silencio, tantos gritos me assustam.
Vossa senhoria deve estar a pensar que vivo em um pesadelo,
não se engane e nem se preocupe, eu até que vivo bem. O que me entristece são
as pequenas coisas que deixam de ser feitas, meu bom senhor, apenas elas
estragam meu dia. Parece egoísmo, mas tem de concordar que não faz bem.
Surpreendente que tenho algo bom a lhe contar nesta carta
bom senhor. Aquele rapaz sonhador apareceu outra tarde e trouxe-me um pouco de cor,partiu ao
anoitecer e deixou-me um pouco de alegria e alguma dose de esperança. Alegria
está que lhe envio junto a essas palavras, meu bom senhor, espero que saiba usá-la
com mais sabedoria que eu.
Tenho de ir agora, estão a me chamar. Agradeço pela atenção.
Aguardo resposta.
-Senhorita
Tayná Bravin
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